Sejamos francos e objetivos: o que fará o Brasil no CS da ONU? Ou, por outra, o que a presença de nosso país na CS da ONU trará de bem para o Brasil, além de inflar o ego do presidente, de ministros e de hierarcas do Itamaraty – como cita Schwartsman? Qual o benefício para o cidadão brasileiro? Rigorosamente, nenhum. Ao contrário – como esclarece o jornalista –, se aparentemente oferece maior protagonismo mundial ao Brasil – o que é pura bobagem –, conferirá ao país a necessidade de dispender recursos, financeiros e humanos, que já são parcos, em caso de crises externas. Além do que, obrigará o Brasil – que se dá bem com todo o mundo –, a tomar partido em encrencas internacionais, indispondo-se com a parte contrária.
Hélio observa ainda, coberto de razão, que, com a passagem de Jair Bolsonaro pelo governo, o Brasil “deu sinais inequívocos de que não é uma democracia suficientemente estável para integrar o CS”. Naquela triste oportunidade, expusemos ao mundo, entre outras baboseiras, um ministro das Relações Exteriores capaz de orgulhar-se de queimar um bom pedaço da Amazônia, a título de demonstração de soberania (!). E entregamos a garimpeiros genocidas a brava nação yanomami.
Têm países que compõem, de forma permanente, o Conselho de Segurança da ONU que não mereciam estar lá? Possivelmente sim – incluindo até os EUA de Donald Trump –, mas o que se vai fazer? Conseguiram a sua cadeirinha, já estão lá, paciência.
Já o Brasil de Lula III tem coisas bem mais importantes para tratar no momento. Por exemplo, esquecer Bolsonaro e fazer com que o Brasil se esqueça dele, que, mesmo fora do país, continua incomodando. É preciso deixar o capitão Messias com a justiça. O Judiciário saberá o que fazer com ele e com os atos por ele praticados contra o Brasil e os brasileiros.
Olhe para frente, Luiz Inácio. A campanha eleitoral já passou. Você venceu. Por isso, mãos à obra. Chega de discurso e de promessas irrealizáveis. A hora é de trabalho, o tempo é curto e todo cuidado é pouco. Inclusive com companheiros no seu entorno.