Pensando bem…

Mulheres

Como as mulheres são lindas!
Inútil pensar que é do vestido…
E depois não há só as bonitas:
Há também as simpáticas.
E as feias, certas feias em cujos olhos vejo isto:
Uma menininha que é batida e pisada e nunca sai da cozinha.
Como deve ser bom gostar de uma feia!
O meu amor porém não tem bondade alguma.
É fraco! Fraco!
Meu Deus, eu amo como as criancinhas…

(Manuel Bandeira)

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MICHEL TEMER não tem nada a ver com o dinheiro que Marcelo Odebrecht combinou com Eliseu Padilha doar ao caixa dois do PMDB para a chapa Dilma-Temer. O então vice-presidente da República e presidente do PMDB estava em palácio, mas saiu da sala quando aconteceu a conversa, portanto está limpo desse dinheiro sujo. Padilha combinou, recebeu mais tarde das mãos de José Yunes, amigo do peito de Temer e seu assessor na presidência da República e nem tocou no assunto com o presidente do PMDB, depois presidente da República.

Padilha acabou ministro de Temer e se afastou do ministério quando José Yunes contou a história para Temer uma hora antes de desembucha-la para o Ministério Público. Tudo bate, desce redondinho, feito um Johnny Walker on the rocks. Marcelo Odebrecht estava no Jaburu, falou de tudo com Michel Temer. Quando começou a falar do caixa dois para a campanha, um pouquinho antes, Temer saiu da sala do Jaburu, deixando Marcelo com Eliseu. Este é o momento que o TSE poderia examinar no processo contra a eleição de Dilma-Temer.

Por que Temer saiu da sala, deixando Marcelo e Eliseu a sós? Aventuro um palpite: o vice-presidente da república e presidente do PMDB foi atender um zap/zap com selfie de Marcela, sua mulher. Daí a confusão, Marcelo e Marcela. Só queria saber o que o dono da maior empreiteira-propineira da América Latina, caronista de Lula pela África, tinha que fazer na casa do vice-presidente da República e presidente do PMDB. Ora, isso não tem problema. Problema mesmo seria Michel Temer receber um selfie de Marcelo Odebrecht em traje de Adão.

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BORA TRANÇAR – a convocação da senadora Gleisi Hoffmann no Dia Internacional da Mulher. Bora é seu conhecido grito de guerra nas paralisações.  Trançar vem de trançar as pernas, trava do avanço sexual. Gleisi chama as mulheres para greve de sexo, um dia sem transa – com marido, marida, namorado, namorada, cumpanhêro ou cumpanhêra.

Lamento o repto da senadora em nome dos homens que gostam de mulheres e de sexo com mulheres (sem qualquer restrição às variantes da moda). Logo a senadora, a quem considero, com todo o recato de que sou incapaz, uma mulher sensual, atraente, desejável. Talvez seja isso, a senadora sabe o efeito que produz. Daí a greve.

Gleisi é tão radical nas atitudes que no quesito greve do sexo nem seu marido irá escapar: o ex-ministro Paulo Bernardo que recolha o garanhão, não se aproxime da cumpanhêra-esposa, não venha de caras e bocas de presidiário em dia de visita conjugal. Vai bater no cinto de castidade com a faixa ‘Bora Trançar’.

Se bem que acho que nem adianta, pois depois da Lava Jato, prisão pela PF e invasão das gavetas do quarto, Paulo Bernardo travou as gônadas.  A proposta desenxabida faz suspeitar que a senadora está com os parafusos soltos. Parece que para ela todo mundo transa o tempo todo neste país, até os cumpanhêros do PT, também alvos do jejum sexual.

Rogério Distéfano

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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