Em um Brasil normal o ex-ministro da Justiça, agora ministro opaco na Transparência, já teria caído. No Brasil mais normal de Michel Temer ele tem que permanecer no ministério. Não no interesse maior da alta administração, mas no interesse menor do alto réu presidente. Ainda que um fracasso de ministro, como já demonstrou, serve para o que realmente interessa: garantir foro privilegiado para o deputado-de-castigo Rodrigo Rocha Loures. E impediram Lula de ser ministro da Casa Civil para ganhar foro… O foro de Rodrigo é mais um desaforo de Temer para o Brasil.
Os dois lados da força O ministro Luís Roberto Barroso pede blindagem institucional para o colega Édson Fachin, atacado em todas as frentes e até pelas costas depois de ter homologado o acordo de leniência com a Friboi e autorizado inquérito de Michel Temer. Em especial o acordo, que o colega Gilmar Mendes quer rever no STF. Desde sempre Gilmar quer matar a Lava Jato, o lado branco da força. Barroso fica com Fachin, em quem reconhece decência e integridade. Nada lhe foi perguntado, portanto nada disse, sobre iguais virtudes em Gilmar. Darth Vader encontrou Luke Skywalker?
Uma vez porteiro… Michel Temer declara que será o último a deixar o governo. Que tenha a decência de não pedir para a Friboi transportar a tralha e pagar o depósito para guardá-la. Na saída, apague a luz do Jaburu. Isso é função de porteiro, até de ‘porteiro de filme de terror’, como o presidente foi definido pelo finado senador ACM.
Rimeique Muito longo, ou grosso como se diz, o ‘Notícias do Planalto’, de Mário Sérgio Conti (1999) sobre a queda de Fernando Collor. Quem ler hoje verá repetida sem efeitos especiais: perto de Lula/Dilma/Temer, Collor e asseclas eram amadores em filme de baixo orçamento. Os enredos são quase iguais, até trouxeram para o de hoje personagens do filme antigo. Se a fita tiver o mesmo desfecho, o vilão morre no fim.
Fly me to the moon O BNDES e a CEF têm 26% das ações. Os irmãos Batista, conselheiros e administradores da Friboi, viajam – até no dia seguinte ao do acordo de leniência com a PGR – para o mundo com o jatinho da companhia, maravilha da Gulf Stream de US$ 50 milhões. Privatizaram o jato. E a CVM? Nada. Ela cuida do privado-privado, não do privado-público.
Palavras do profeta “O Brasil não parou, nem vai parar”, palavras de Michel Temer. De fato. Não para de impichar presidentes.