Pensando bem…

Paolla Oliveira é a coisa mais fofa do Brasil, quiçá da galáxia. Na sua atual novela é policial fodona: domina artes marciais, luta no MMC, atira com pontaria e faz amor com alegria. Um crítico percebeu que numa cena Paolla pega o telefone ao contrário. Purismo machista, de gente que vê a árvore e ignora a floresta. Paolla pode pegar como bem entender, seja de um lado, seja de outro.

Pelo sim e pelo também apostei que Michel Temer se safa no TSE.

Preso mais um ministro de Temer, desta vez Henrique Eduardo Alves, sátrapa do Rio Grande do Norte, estirpe dos coronéis Alves, ex-presidente da câmara federal e marido generoso com o chapéu da Viúva: no divórcio legou uma sinecura para a mulher. Um dia a boa notícia será a prisão de ministro, na ativa do ministério e do cambalacho. Mas isso apenas quando Michelzinho Temer for presidente e escolher na escola maternal a sua primeira-dama.

Eu queria ser as sandálias havaianas (ops!) que Dilma usa no chuveiro. Por favor, não maliciem, não é daquela música do Roberto, Cama e Mesa. Era só para ouvir os palavrões da presidenta durante o julgamento de sua chapa no TSE.

João Dória, o prefeito mauricinho de São Paulo, está proibido de dirigir automóveis, habilitação cassada. O carinha furava sinais e não respeitava limite de velocidade. Dória assumiu evacuando regras sobre a velocidade nas vias marginais, cujo limite aumentou. Quem manda São Paulo não ter pistas adequadas para seu Porsche Panamera?

A PF mandouquestionário de 84 perguntas a Michel Temer, investigação sobre a Friboi. Deu prazo curto. O presidente não tem tempo nem clareza de ideias para responder tanta pergunta. Bastava uma: Vossa Excelência cospe ou engole a picanha da Friboi?

Rodrigo Rocha Loures, ora preso pela PF, pede habeas capillus ao STF. Foram-se os anéis, que fiquem os dedos. Quer escapar da raspagem do cabelo, obrigatória para colegas como Eike Batista. O ex-deputado perdeu o foro privilegiado, mas insiste em conservar o cabelo privilegiado. Menino mimado, vaidoso. Até a rainha Maria Antonieta perdeu os cabelos quando foi para a guilhotina.

IDOS & FICADOS Cara leitora, estimado leitor, vocês alimentam lances saudosistas pelos amores da juventude, aquilo de sempre lembrar e esperar rever? Claro que sim, todos temos disso. O que poucos imaginam é a decepção que podem causar ou podem sentir. Sim, porque o amor antigo pode estar numa bem outra, feliz, resolvido, realizado (uso o masculino porque ‘amor’ é substantivo masculino, comum-de-dois. Se fosse dilmo-petista diria ‘amora’ para contentar as dilmo-leitoras). Como esse conhecido que me assediava para obter telefone da namorada dos dezesseis, que ele perdera de vista e eu vejo com regularidade.

Temente à etiqueta, consultei a ex-namorada, que me rogou por todos os santos para não atender o romeu, na pior da hipótese dizendo que ela morrera virgo et intacta. Nem precisei, ele descobriu sozinho, usando conexões suíças, esperto e caviloso precursor impune das lava-jatos da vida. Se o encontro aconteceu, não quero saber, antecipo decepções. Amor não resolvido deixa sequelas. Muito sérias, como no caso Ou caso pior, como o de meu amigo, paciente incurável do complexo de Peter Pan, que não aceita ser velho, gasto, gordo e careca. Insisti em vão, ‘não teime, viva a lembrança, nutra-se da saudade’, dei até exemplo, o meu.

A namorada vogava bissexta na minha lembrança. Nunca a procurei, os idos que ficassem com os idos – let the bygones be bygones, disse Shakespeare. Ela vive em outra cidade, outro estado, outro universo, com o cara rico que lhe deu tudo. Por uma dessas peraltices do acaso nos cruzamos no shopping. Se me reconheceu, não sei, não tentei saber. Mas sorriu, isso bastou. Os incidentes no percurso da vida amadureceram sua beleza, preservada nos vestígios dos inesquecíveis 18 anos. Um consolo, fiquei nos idos. Meta isso na cabeça do empreiteiro, que tenta comprar tudo e todos, até o passado.

Rogério Distéfano

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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