Ao que as pesquisas indicam já temos governador para suceder Beto Richa: o deputado e secretário Ratinho Júnior. Sim, há os possíveis adversários, hoje só isso, possíveis. Um, o ex-senador Osmar Dias, sempre naquela de esperar alguma coisa que ele nunca sabe o que é; parece viver um drama bíblico com o irmão Álvaro, algo meio Esaú e Jacob sem as lentilhas e a primogenitura.
Outro, melhor, outra, a vice Cida Borghetti, oscila entre o crescimento dos adversários e os escorregões do marido Ricardo Barros, ministro com mais saúde na língua que no ministério. Na falta do que mostrar, Cida mostra mau gosto, arrivismo e exibicionismo ao montar o puxadinho no prédio histórico da Sociedade Garibaldi para o casamento de Maria Vitória, a filha-deputada.
Não voto por devoção e por decepção; pouco se me dá quem seja o governador, desde que não seja Roberto Requião – e aí tampo o nariz e voto no pior entre os piores. Requião sapateia em nossa inteligência, é o nosso Trump, até no vício do Twitter, um Bolsonaro de esquerda, com bravatas e sem gravata. Até Beto Richa é melhor que ele: os parentes de Beto são distantes.
Voltamos a Ratinho Júnior: bom, ruim, razoável? Não faz diferença, tanto por fas quanto por nefas. Para seus eleitores é a cereja do bolo. Não o conhecem da ação política ou foram atraídos pelo seu carisma, pois carrega o do pai, animador de televisão, o recall com o qual entrou e permanece na política. Ratinho Júnior ainda não mostrou ao que veio, o que o poupa da rejeição que os outros carregam.
Como não faz diferença, faço a Ratinho Júnior um pleito antes do pleito: eleito e diplomado, tome posse e governe com o nome de batismo. Ainda será o nome do pai, ainda com o ‘júnior’ da ascensão política. Nome bonito, origem italiana, que orna no Paraná de imigrantes. Deixe o Ratinho na televisão, reduto do bonus pater familias. Poupe o Paraná da inevitável piada do ‘Governador Mickey’.
Sinto-me lesado pelo político que vive do apelido: Zeca da Porteira, Tonho da Pinguela, Maria do Suvaco; o da carreira construída sobre o nome do pai, mesma alcunha e um sobrenome que sequer consta no registro civil do filho. Quem se elege assim tem tempo de fazer nome e patrimônio próprios. Bom mesmo seria Eroulths Cortiano, procurador e professor que com honra e orgulho também carrega um ‘Júnior’.