As notícias, sem o ‘própria’, são informativas o suficiente. Para que serve o ‘própria’? Como nada acrescenta ou esclarece, o ‘própria’ só pode ser um vagido emocional do editor ou redator – possivelmente enroscado nas leituras do ensino médio. Alguém dirá, um outro filhote de Apeles, que o ‘própria’ está ali para situar os eventos: a própria casa, a própria filha. Ou seja, um efeito demonstrativo. Não. O demonstrativo seria outro, nunca a própria casa, a própria filha.
Se o garoto morreu em casa, evidente que foi na casa dele; se o papelão de Leonardo em não vir ao casamento da filha, só poderia ser da filha dele. O próprio dispensavelmente subentendido nos dois casos. Este pode parecer um exercício ocioso. E é, porque quem escreve assim continua escrevendo assim. Hoje, sábado ocioso, o Insulto permite-se higiene mental depois de assistir o vídeo de Joice Hasselmann com ameaças o Supremo. Coisa pesada, de dar cassação na ditadura militar.
A deputada postou o comentário na sexta, ontem, depois de passar a manhã no Planalto com Jair, Flávio e Eduardo Bolsonaro. Jogada ensaiada, os quatro criticaram o julgamento do Supremo, da quinta anterior. Joice foi além: travestiu-se de Gilmar Mendes, a quem chamou de ‘jaguara’, sinônimo imperfeito do ‘gentalha’, grosseria do ministro com os meninos da Lava Jato. o Insulto prefere insultar os modos do advérbio. Porque Joice insulta os modos de comportamento.