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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), saiu nesta terça-feira em defesa da permanência do ministro Geddel Vieira Lima na Secretaria de Governo. Segundo Maia, Geddel exerceu papel fundamental na aprovação da emenda constitucional que limitou o teto de gastos do governo na Câmara e será muito importante na votação da Reforma da Previdência. Maia minimizou a acusação, feita pelo ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, de tentativa de tráfico de influência por parte de Geddel.
— Geddel tem o apoio do Parlamento, tem a confiança, tem exercido papel fundamental para o governo na articulação política. Nós precisamos que o ministro Geddel permaneça no governo, o papel dele foi vital na vitória da PEC do teto e será fundamental da vitória da reforma da Previdência. É o que tenho ouvido dos deputados — disse Maia, na saída de um evento em São Paulo.
Segundo o presidente, o episódio envolvendo Calero e Geddel tem a posição de dois colaboradores do governo, mas ele ficou convencido das explicações dadas por Geddel:
— Esse é um episódio que aconteceu, tem duas posições, não é bom, mas pela entrevista que Geddel deu fiquei muito convencido que tem apoio do Temer e tem nosso apoio. Vamos virar essa página, o episódio aconteceu, vamos separar as coisas. Claro que tráfico de influência não é bom, sei que não aconteceu, o parecer indeferido não foi refeito. O governo precisa de tranquilidade e precisa continuar contando com Geddel.
Nesta segunda, o conselheiro José Saraiva recuou e retirou o pedido de vista do processo sobre Geddel na Comissão de Ética da Presidência (CEP). O processo contra o ministro foi aberto por unanimidade, e Geddel terá dez dias para se pronunciar.
PACOTE CONTRA A CORRUPÇÃO
Maia também voltou a dizer que, assim que for votado na comissão especial, o projeto que trata das dez medidas de combate à corrupção será levado para a votação no plenário. Maia disse que o plenário e os líderes partidários decidem como votar o projeto, se de forma simbólica, caso haja consenso no texto votado na comissão, ou nominal. O presidente disse ainda que a criminalização do caixa dois veio no texto do projeto encaminhado pelo Ministério Público à Câmara.
— Se votar de forma simbólica é porque saiu um bom texto da comissão e tem consenso. Casa Cada partido, cada líder que assuma a responsabilidade pelo texto. Todas as mudanças têm que ser debatidas, ninguém tem texto perfeito. O Legislativo tem direito de mudar o que quiser, a sociedade pode encaminhar projeto de lei, mas a responsabilidade de votar é da Câmara — disse Maia, acrescentando:
— A criminalização do caixa 2 vem nas propostas. Vem o debate: tipificando para frente está anistiando para trás. Muitos dizem que sim, só vale para frente, outros que não. Depois que sair da comissão vamos votar no plenário, a votação será feita de forma clara. O Globo