Primeira audição

Foto da capa by Vicente de Paulo.

Tem traquejo de boa MPB o disco de estréia de Cristina Cascardo, Contemplação. São treze faixas onde a interprete predomina também como autora, com exceção para Berimbau, de Baden Powel. A iniciativa é do selo Guitarra Brasileira, do piauiense Renato Piau, que apareceu ontem aqui em casa trazendo nas mãos o CD da bela Cristina que, logo fiquei sabendo, é moradora de Santa Teresa. Como ela mesma diz numa das faixas, está chegando “completamente desarmada”. Em Tristeza, Cristina remonta a dicção do samba carioca de tradição, com a ajuda de Thiago Thomé, no cavaquinho:

Hoje a tristeza me abarcou
Versei duas lágrimas
O peito apertou
não quis nem abrir as portas
o mundo todo era minha dor
(…)

Um mérito indiscutível do disco é a guitarra de Perinho Santana, que conheci em Curitiba fazendo parte da banda de Gilberto Gil nos anos 70. Experiente, Perinho impõe sua marca de bom músico se revezado ao violão. Para não dar nota 10 (quem sou eu?), senti falta de algumas saliências, altos e baixos, explosões musicais, o que torna o disco quase lounge, correto demais. E, para falar a verdade, nem sei dizer se isso é um defeito ou uma particularidades dos meus ouvidos, acostumados a acordar com

Carmina Burana.

Toninho Vaz, de Santa Teresa

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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