OS CANDIDATOS AO CARGO de procurador geral da República, incluída a atual titular, fazem ouvidos de mercador, sentam como os três macaquinhos – surdos, cegos e mudos – e nada dizem sobre a decisão do ministro Dias Toffoli que suspendeu a investigação do Coaf sobre a movimentação financeira do senador Flávio Bolsonaro. Nem os ministros Sergio Moro e Paulo Guedes, que sucessivamente tiveram o Coaf sob sua tutela administrativa, fizeram isso.
Todo o cuidado é pouco, não se toca a onça com vara curta. O pai de Flávio escolherá o futuro procurador geral e nessa hora os tão proclamados princípios e a furiosa isenção dos candidatos, procuradores de carreira e cantada missão, desaparecem diante da mais fisiológica e verdadeira, sincera, ambição. Por essas e muitas outras que assistimos desde sempre, inclusive as recentes da mesma área, sempre é saudável ter cautela e manter distância dos que batem no peito e exaltam pureza de intenções.