Primeiro eu

OS CANDIDATOS AO CARGO de procurador geral da República, incluída a atual titular, fazem ouvidos de mercador, sentam como os três macaquinhos – surdos, cegos e mudos – e nada dizem sobre a decisão do ministro Dias Toffoli que suspendeu a investigação do Coaf sobre a movimentação financeira do senador Flávio Bolsonaro. Nem os ministros Sergio Moro e Paulo Guedes, que sucessivamente tiveram o Coaf sob sua tutela administrativa, fizeram isso.

Todo o cuidado é pouco, não se toca a onça com vara curta. O pai de Flávio escolherá o futuro procurador geral e nessa hora os tão proclamados princípios e a furiosa isenção dos candidatos, procuradores de carreira e cantada missão, desaparecem diante da mais fisiológica e verdadeira, sincera, ambição. Por essas e muitas outras que assistimos desde sempre, inclusive as recentes da mesma área, sempre é saudável ter cautela e manter distância dos que batem no peito e exaltam pureza de intenções.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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