Os integrantes da geração do Guerra nas Estrelas, nascidos entre 1970 e 1979, começam a chegar ao poder ao redor do mundo, mas não no Brasil. É uma mudança de geração importante em relação aos nossos antecessores, dos baby boomers.
Nos EUA, dois dos favoritos nas primárias republicanas, Marco Rubio e Ted Cruz, nasceram em 1971 e 1970, respectivamente. O premiê da Itália, Mateo Renzi, é de 1975. Alexis Tsipras, premiê da Grécia, é de 1974. Os três opositores do primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy (PP), nas eleições deste domingo, também fazem parte desta geração – Pedro Sanchez (PSOE), é de 1972; Pablo Iglesias (Podemos), de 1978; Albert Rivera (Ciudadanos), de 1979.
O Brasil vive uma grave crise política neste momento. Por algum motivo, porém, não surgem lideranças novas. Cadê os membros desta geração, de Guga Kuerten e Ronaldo Fenômeno, apresentando ideias novas? Estão em São Paulo, Rio, Nova York, Belo Horizonte, Londres e mesmo em Brasília.
Sei de muitos jovens brasileiros extremamente capacitados. Basta a ver a equipe de Sergio Moro, nascido em 1972. Estes jovens têm projetos políticos, estudaram administração pública, economia, direito e outras matérias em ótimas universidades no Brasil ou no exterior , trabalharam ou trabalham em governos. Mas acabam esbarrando na velha ordem política que afundou o país caso tentem se candidatar. Sem alternativa, migram muitas vezes para a iniciativa privada, onde todo o talento e a experiência deles é usada.
Na Universidade Columbia, de Nova York, por exemplo, colaboro com um grupo extraordinário de estudantes jovens brasileiros que sonham em mudar o Brasil depois de concluir o mestrado na SIPA (School of International and Public Affairs) – eu também me formei nesta escola. Na Kennedy School, como é chamada a escola de políticas públicas de Harvard, sei de uns dez exemplos de brasileiros que estudaram lá, para, sem opção de ingressar no governo ou desiludido, tenham ido para bancos ou fundos de private equity, ou então para ONU, Banco Mundial e FMI.