Korda começou a fotografar oferecendo seus serviços em festa de batismo, casamentos e festas. Tempos depois, abriu um estúdio em Havana onde passou a se dedicar à fotografia publicitária e de moda. Em certo tempo quando fazia fotografias de moda, Korda viu uma menina cubana fazendo uma saia improvisada de papel para vestir uma boneca; percebeu que a boneca era apenas um pedaço de madeira e sensibilizado, resolveu unir-se ao ideal revolucionário que prometia acabar com aquele tipo de infelicidade.
A sua fama aconteceu quase por acaso. A fotografia quase acidental de Che Guevara tornou-se uma das fotos mais reproduzidas de todos os tempos. Korda fez uma tomada vertical e outra horizontal. As duas fotos não ficaram tão famosas imediatamente. Foi preciso que um italiano de nome Giangiacomo Feltrinelli recortasse as laterais da tomada horizontal e espalhasse pôsteres de Che Guevara depois de sua morte, em 1967 nas selvas bolivianas. A partir daí a imagem correu mundo e tem sido fonte de inspiração para muitos artistas. Alberto Korda nunca recebeu qualquer tipo de remuneração pelas fotos e nunca empenhou-se em receber.
A foto A cena imortalizada existiu no dia 5 de março de 1960. Korda fotografava para o jornal cubano “Revolución”. Ao lado de várias autoridades cubanas, numa tribuna, Guevara participava de um ato de protesto contra a explosão de um barco que matara 136 pessoas. Foram apenas 45 segundos para o fotógrafo perceber que tinha imortalizado uma bela expressão.
Jamais preveria, no entanto, que se transformaria no autor do mais forte ícone dos movimentos de esquerda de todo o mundo. A imagem só se popularizou porque um artista plástico irlandês, Jim Fitzpatrick, criou uma estampa em monotipia baseada na foto e colocou-a em domínio público (no que hoje se chamaria de copyleft).