Num discurso transformado em propaganda eleitoral na manhã de hoje na Assembleia Mundial da Saúde, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, omitiu o número de mortos pela covid-19 no Brasil, festejou os resultados da política de combate à pandemia e declarou que uma das prioridades do governo de Jair Bolsonaro foi lutar contra a corrupção no seu setor.
Queiroga, como se não estivesse na sede da ONU, ignorou todos os principais temas da agenda internacional, como a negociação de um novo tratado global contra pandemias, não citou a reforma da OMS (Organização Mundial da Saúde), o debate sobre o regulamento sanitário internacional e não tocou no tema da guerra na Ucrânia.
A fala em Genebra do representante do governo de Jair Bolsonaro tampouco fez referências ao fato de que a principal mensagem atual da OMS é de que a pandemia não apenas não terminou, mas que os números voltaram a crescer em 70 países do mundo. “A crise está longe de terminar”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, minutos antes da fala do brasileiro e usando exatamente o mesmo pódio.