Em política, e no meio de uma guerra pelo poder, funciona assim: a partir do momento em que o ex-governador Beto Richa entrou no camburão do Gaeco, ele virou um “leproso” político. Se pudessem, no dia seguinte os que estavam sempre ao seu lado diriam que não o conhecem. Por isso, agora está no ar essa sinuca de bico para a coligação onde ele entrou depois de trombadas com o deputado federal Ricardo Barros, marido da candidata Cida Borghetti.
Na tropa dela hoje se diz que o “chefe” tinha razão, porque não queria o ex-governador como candidato ao Senado. Como entrou e se lascou com a “Operação Piloto”, agora todo o grupo “Firme e Forte” espera que ele se inclua fora da disputa, porque este é o caminho. Só que os santinhos todos estão espalhados no Paraná com os dois juntos, afinal, para quem já esqueceu, Cida foi vice do Beto Richa durante pouco mais de três anos. O ex-governador também aparece no horário político da tv, livre, leve, solto e enumerando tudo o que fez em dois governos.
A parte do “tico-tico” apareceu agora pela boca e gravações feitas por Tony Garcia, aquele que entrava sem bater no gabinete no início do primeiro governo. O que vai acontecer? Tem gente que acha que se o atual preso no quartel mantiver a disposição de concorrer, já que desde que surgiram denúncias sempre negou tudo, pode até ganhar o foro privilegiado do Senado. Claro que estes são os eleitores fieis que não acreditam em nada que atinja a imagem do político. Beto Richa também pode jogar os betes e desistir de tudo. De um jeito ou de outro, já pegou a mesma doença que acabou com a carreira de outro tucano, o ex-poderoso da Câmara Municipal de Curitiba João Claudio Derosso.
No mínimo terá de responder na Justiça a todas as acusações feitas e, se não conhece, lembrar sempre uma das grandes filosofias de Vicente Matheus, o folclórico presidente do Corinthians que já morreu faz tempo: “Quem entra na chuva é pra se queimar”.