Relatório da Diretoria

Não lembramos o nome do bebum que fez a foto.

O desempenho do Bar (hic) e Café Idade Média Com Pão e Manteiga e dos bêbados associados, no decorrer do ano passado, apresentou resultados (hic) plenamente satisfatórios, considerando os fatores adversos que a boemia vem enfrentando e que afetam o comércio notívago em toda a sua extensão (hic).
A estrutura da boemia, fortemente pressionada por donas de casa, ressentiu-se em todos os setores, ocasionando em decorrência (hic) uma relativa desaceleração na venda de bebidas alcoólicas, também chamadas de “aquela que matou o guarda”. Cumprindo o dever de informar aos frequentadores (hic) do bar sobre as atividades desenvolvidas pelo boteco no exercício findo, transmitimos (hic) um breve relato de nossos projetos e empreendimentos para o futuro.
Podemos contudo assinalar que se não mantivemos o bar aberto até mais tarde (hic), conseguimos nos situar acima da média de todos os demais. Deve-se (hic) este feito, principalmente à colaboração de nossos empregados, garçons, garçonetes e frequentadores, que não mediram esforços para suprir com sua boa vontade e (hic) dedicação as consequências da depressão transitória, não vamos chamar de crise porque estamos mais pra lá do que pra cá, que se vem verificando em todo o quadro gastronômico da região.
No setor de bebidas (hic) alcoólicas, não obstante às imensas dificuldades que vão desde a excassez de cerveja em lata à exaustiva lista de pinguços que nunca pagam a conta, conseguimos manter um nível (hic) razoável de atividade, assinalando-se que o conceito do “Bar e Café Idade Média Com Pão e Manteiga” corresponde efetivamente à um padrão de qualidade.
Importantes projetos confiados (hic) à nossa responsabilidade tiveram curso durante o ano passado. Nossa associação com o Bar do Japonês (hic) teve grande sucesso. Vendemos praticamente todo o nosso estoque de cervejas de Ponta Grossa (hic), encerrando o primeiro empreendimento resultante da simbiose.
Já estão aprovadas as plantas que irão decorar o lado esquerdo do nosso querido boteco, pertim do banheiro feminino. Na área de “O que tem para comer?” nosso projeto apresentou notável desenvolvimento, com a aquisição de duas frigideiras teflon, quinze pratinhos, onze (hic) pires, dez facas com serrinha, oito garfos, duas dúzias de quibes e dois vidros grandes de pepino azedo.
Por outro lado, os novos e inteligentes plano do Turco para o futuro permitem (hic) prever importante progresso do bar em todos os sentidos. Aquisição de mais três mesas de fórmica, uma TV usada (brevemente, de ectoplasma), petiscos (hic) renovados a cada semana, cerveja (hic) sempre estupidamente gelada, ampliação das instalações com a aquisição da garagem ao lado, WC inteiramente (hic) pintado, trinco cromado na porta, toalhas de plástico, guardanapos de papel, três travessas de (hic) porcelana e dezoito vidros grandes de azeitonas.
Na apreciação do desempenho das meninas, cabe especial referência à performance de Abigail, a nossa (hic) querida Russa, na casa há seis longos anos, que nunca deixou de atender freguês algum, tivesse ele (hic) bigode ou não. Para finalizar assinalamos uma melhoria geral em nosso ambiente (hic) querido, como limpeza diária, copos lavados, cigarros com filtro e salaminho e vinho autêntico de Santa felicidade, aquele que mancha a língua.
A (hic) Diretoria, ou, quase toda ela. Metade está de ressaca, em casa.

Professor Thimpor.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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