Remédios a mais, pacientes lesados

Todos sabem que é um perigo se automedicar, mas quando compra os remédios indicados por receita médica, muitas vezes  o consumidor é lesado.

A receita prescreve que o consumidor/paciente deve tomar uma cápsula por dia, durante três dias, mas a caixa de remédios possui 5 ou 10 cápsulas.

Resultado: o paciente compra uma embalagem com conteúdo que será descartado posteriormente – e paga pelo remédio que não utilizará.

As prescrições médicas deveriam coincidir perfeitamente com a quantidade dos remédios.

A bilionária indústria farmacêutica agradece. Vendem mais remédios do que o consumidor/paciente necessita, e todos aceitam este enriquecimento sem causa em matéria medicamentosa.

Se não há correspondência entre a quantidade indicada pelo médico e a quantidade de remédio à venda, algo está profundamente errado nesta relação de consumo.

O consumidor, portanto, é induzido a erro, pois terá que adquirir o remédio, muito embora, na prática, paga mais do que realmente é necessário.

Às vezes ocorre que o arredondamento da quantidade deve ser feito por duas caixas de remédios. Desta forma, o consumidor/paciente precisa apenas uma caixa e algumas cápsulas a mais, mas tem que comprar a segunda caixa para completar o tratamento recomendado.

A caixa parcialmente utilizada não é aproveitada por outros enfermos ou pela indústria farmacêutica, nem devolvido o valor proporcional no retorno.

Neste diálogo entre a comunidade médica e a indústria farmacêutica, os consumidores não são ouvidos, e muito menos considerados.

A Anvisa deveria regular esta relação de consumo, fiscalizar e multar os fornecedores de produtos medicamentosos que se utilizam deste procedimento, que acaba por empurrar uma quantidade superior de medicamentos aos pacientes.

A quebra na quantidade de remédios não deve ser destinada exclusivamente aos consumidores, mas ser do encargo financeiro da indústria farmacêutica.

Por exemplo: com a devolução do excedente; com a embalagem contendo poucas unidades; com o desconto proporcional em favor dos consumidores na devolução, até pela política ambiental do recolhimento dos resíduos médicos.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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