Os vereadores de Curitiba, em maioria, aprovam moção de repúdio ao ministro Alexandre de Moraes. O presidente do TSE é dado como golpista, autoritário e antidemocrático. Coisa antiga: na política e na guerra a primeira vítima é sempre a verdade. Quando a autoridade que conduziu com firmeza e rigor as eleições, a ação decisiva na democracia, impedindo ações tendentes a levar o país à ditadura, é tachada de autoritária, o cacoete autoritário pega em quem acusa.
Não fosse a intervenção de Moraes – apenas no caso das urnas e das eleições – o Brasil estaria sob a ditadura de Bolsonaro (que ainda pode ocorrer, a julgar pela nota dos três comandantes militares, de generais estimulando protestos em frente aos quarteis que comandam e o estímulo silencioso do presidente da República). Do jeito que estão as coisas, as acusações recíprocas de golpismo resultam em soma zero.
Só a evidência de sua conformidade não com a Constituição revela quem está com a verdade na troca de acusações. E até o momento quem a tem de seu lado é o presidente do TSE. Quanto aos vereadores de Curitiba, cuja irrelevância é histórica, a moção contra o ministro Moraes apenas a confirma e indica a causa suspeita: a pá de cal que o Judiciário lançou sobre a cassação do vereador Renato Freitas.
Sobre Solda
Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido
não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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Rogério Distéfano - O Insulto Diário. Adicione o
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