Gleisar, verbo intransitivo – Quando a gente bota boa vontade em Fernando Haddad lá vem ele e gleisa, diz tolice, coisas que não se sustentam. Como as gleisices desta semana. A primeira, que Bolsonaro vai entregar a Amazônia aos EUA. A segunda, que o fracasso do PT nesta eleição deve-se ao “golpe”, “que atrapalhou tudo”. O golpe de novo, a monomania petista.

Mesmo que quisesse, Bolsonaro não entregaria a Amazônia, porque seria preso pelos generais de seu ministério. Quanto ao ‘golpe’, sempre o golpe que continua a revelar o pior dos defeitos do PT, o senso de infalibilidade, a hegemonia do patriotismo, a superioridade moral. Em tempo: o que significa ‘entregar’ em língua de Haddad, doutor em filosofia?

Se golpe houve, alguém levou a isso. Quem provocou o golpe? Dilma, é claro, pela incompetência, arrogância e obstinação no erro. Isso Haddad faz de conta que não vê, faz de conta que nós não vemos. Chamar o impeachment de golpe é estranho para quem insiste em disputar eleições democráticas.

O autor, o autor – Quem foi o jênio que marcou o Enem para o primeiro dia do horário de verão?

Fogo cruzado – Fernando Haddad pede investigação da visita de Jair Bolsonaro ao Bope, no Rio. Bolsonaro pode pedir investigação das visitas de Haddad a Lula, na delegacia, em Curitiba.

Tarde piaste – Cid Gomes pede no TRE a retirada de seu destampatório ao PT da propaganda eleitoral de Jair Bolsonaro. Não resolve, já foi pro YouTube.

Réu certo, crime errado – A PF indicia Michel Temer pelos contratos do Porto de Santos. Injustiça. Tinha mais que indiciá-lo por visitar a Associação Comercial do Paraná.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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