Cabo eleitoral – A História talvez diga que Jair Bolsonaro venceu graças a Adélio Bispo, cuja facada deixou o candidato na redoma da UTI, poupado de debates e da exposição de sua falta de consistência. Bispo, sem querer, eficaz cabo eleitoral.
Pulga na orelha – O STF decide que 3,4 milhões de eleitores não poderão votar por falta de cadastramento biométrico. Essa cifra corresponde à diferença dos votos favoráveis a Dilma Rousseff na disputa com Aécio Neves. Claro que não são os mesmos que deixarão de votar no PT na eleição de outubro. Mas a pulga começa a picar atrás da orelha.
O menestrel do PT – Fernando Haddad participou na semana de encontro com artistas, músicos na maioria, turma eclética, de Odair José a Francis Hime. Dedilhou o violão e cantou, coisa que o Pai não faria: o deus está mais para Jânio, que de cara pediria uma cachaça para a dona da casa; o filho, mais para Juscelino, bonito, cheiroso e gostoso.
O príncipe herdeiro do petrolão comparou o crescimento de Jair Bolsonaro a um parto, que precisa ser feito, liberar o bebê. Imagem estranha para um doutor em filosofia: Bolsonaro, nascituro, parto. Dona Gleisi Hoffmann deve ter dado gritinhos histéricos, acusando o filho do messias de legitimar a vinda do demônio.
Dona Gleisi não prescreveu, ainda que pensasse, nem passou pela cabeça de Haddad, o aborto de Bolsonaro. Não é coisa para deus nem para seu filho, sequer para uma sofredora Madalena. Pode perder o voto evangélico, hoje quase todo fechado com o antiLula. Um bispo tentou o exorcismo. Deu no que deu.
Ao fim e ao cabo – O melhor no último debate entre os candidatos a presidente: Cabo Daciolo. Vinha sendo excluído, fez agora sua primeira participação. Antes sumia para meditar, ele e sua Bíblia inseparável. Foi iluminado por Deus. O outro deus deixou o filho, Haddad, entregue aos fariseus.