Quem muito se evita… Evitava aquela rua. Se não podia evitar, fazia questão de ir pela calçada do outro lado.  Queria evitar o encontro desconfortável, esquerdo, até ridículo. Assim, por anos inteirados. Não tinha esquecido o motivo e a motivadora.

Ficara distraído, não no evitar a rua. Não contava com a esquina da rua que evitava. Quando menos esperava ali aconteceu o encontro que sempre evitara. Foi o que Guimarães Rosa pensou ao dizer que “quem muito se evita se convive”?

Português de zelite – Michel Temer avisa que o aumento da magistratura pode causar “agravo econômico”. O general João Camilo Pires de Campos, secretário de Segurança do futuro governo João Dória, fixa a meta de sua gestão: “adestrar” os policiais paulistas. Agravo econômico em língua de gente normal quer dizer prejuízo. Adestrar, em língua de animal, pode ser o treinamento de cães. Os dois fazem sentido. Tanto sentido que nos deixam sentidos.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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