Veríssimo – “Já fui muito elogiado pelo que nunca escrevi. Há uma maneira de detectar se o texto é falso ou não: se o Luiz da assinatura for com ‘z’, o texto não é meu. Se for contra o Bolsonaro, é”
O capeta no cangote – Vamos deixar as coisas claras. Ônix é uma pedra polida pelos elementos, a água dos rios, principalmente. Desde os egípcios, passando pelos indianos e chegando ao nosso tempo, é tida como amuleto contra o azar e o mau olhado. É usada em casa, anéis e em colares. Diz-se que limpa a aura negativa.
Mas muita atenção com a grafia: é ‘ônix’, acento gráfico e tônico na primeira sílaba, do ‘o’ sozinho. O povo vem escrevendo nessa forma o nome do ministro da Casa Civil do futuro governo Bolsonaro, o Lorenzoni. Fique esclarecido de público e raso: é ‘Onyx’. Esse Onyx não tem nada a ver com a pedra ônix.
Primeiro, pela acentuação, que é tônica e na sílaba final, assim: ‘oníx’. Segundo, se os pais do ministro quiseram homenagear a pedra e poupar o rebento do azar, se o tabelião cometeu aqueles erros de tabelião é uma coisa. Em bom português, o ministro é um oxítono sem acento, não um paroxítono acentuado.
Mas daí a pensar que o ministro que evoca a pedra vai tirar o azar, o mau olhado, esconjurar o coisa ruim, afastar as trevas e impedir a queda no abismo, melhor calçar colar e anel de ônix. Ainda que com nome de tira-encosto, o ministro carrega o capeta no cangote. Ele próprio sofre sua dose de mau olhado, de inveja e de despeito.