Salve-se quem puder – O Congresso Nacional prepara seu Black Friday com projetos de lei de fim de legislatura para beneficiar parlamentares que não conseguiram se reeleger.
E há o mais pernicioso deles, o de alteração da lei das execuções penais, que beneficia políticos e parlamentares processados em crimes de corrupção, Lava Jato incluída.
Entre estes, com interesse na matéria, está Rodrigo Maia, presidente da Câmara, que negocia sua volta à função tendo como moeda de troca o agendamento da discussão.
Também beneficiário Michel Temer, com poder de sancionar a lei. O presidente, na falta de um salva-vidas de última hora, pode descer a rampa do Planalto direto para a prisão preventiva.
Um afago na nostalgia – O governo Bolsonaro já tem quatro ministros militares, três generais e um tenente-coronel. Com o presidente e o vice, outro general, serão seis milicos em postos-chaves. Tem muito general sobrando, na reserva.
Centrão e partidos não gostam que o presidente nomeie sem os consultar, minando o presidencialismo de coalizão. Por isso o ideal é que todos os ministros sejam militares. Eles e o primeiro escalão dos respectivos ministérios.
O messias Jair – e vice-versa – não foi eleito para restaurar o autoritarismo? Pode até não vir a ditadura com os militares de Bolsonaro. Mas os militares no governo dão sossego aos nostálgicos de 1964.