FERNANDO COLLOR e sua credencial para ser presidente: já foi presidente. Sim, e deu no que deu. Na campanha que o elegeu enfrentou candidatos fortes, de tradição política, como Ulisses Guimarães e Mário Covas. Na mesma eleição derrotou Lula, que chegara ao segundo turno. Naquela época usou a radiolinha contra Lula. Agora jogaria o sítio no debate.
Surfaria no maremoto anti-Lula, com a aura de tê-lo derrotado. Alternativa a Jair Bolsonaro para os saudosos da ditadura, incomodados com os destemperos do ex-capitão. Com boa dose de cinismo pode levantar a bandeira anti-corrupção, a mesma de seu governo ‘anti-marajás’ de Alagoas – a Índia brasileira, ainda com marajás e miséria.
A disputa entre Lula e Collor seria interessante, a farsa repetida à exaustão, confronto entre medidas da corrupção, a artesanal de um lado, a high tech de outro. Se em política o impossível acontece, Collor pode ser eleito. Assim também Lula, como o anti-Collor. No Brasil a História começa como farsa e termina como chanchada.
Rogério Distéfano – O Insulto Diário