Vai sobrar para Fernanda – A delação de Maurício Fanini expõe uma chaga na sociedade curitibana, diria até na paranaense, e não são as propinas supostamente recebidas pelo então governador Beto Richa. Isso ainda está sob investigação e sob o manto da ampla defesa. A chaga, mantida em pudico e obsequioso silêncio, não está sob investigação, mas sujeita à ampla fofoca, e envolve a querida mulher de Richa.
A chaga consiste do seguinte: Fernanda Richa, duas vezes-vezes-dois primeira-dama e uma vez e meia segunda-dama está quebrada, insolvente. Explico. O marido sempre brandiu o estandarte ainda prestigioso entre nós de ter casado com mulher rica, seja para fazer votos, seja para se defender de acusações de improbidade, seja para fazer coisas que aqui não interessam.
Nessa lógica de engenheiro interesseiro – atributos de empreiteiro perigoso -, Beto não precisaria roubar: tinha o dinheiro da mulher. Curioso que não passou naquela cabeça bem penteada que o político pode roubar para economizar o dinheiro da mulher. Coisas de Beto, sem tempo para abstrações. Mas essa leveza de espírito do marido pode afundar a mulher nas investigações.
Primeiro, Fernanda Richa teria que provar que está pobre, dissipou sua herança no bancar luxos e caprichos do marido, desprendido e abnegado homem público. Segundo, pobre, como leva vida de rica? Sim, porque sempre nos papeis de primeira-dama, secretária de Estado e tornozeleira conjugal de Beto, sua fortuna mantém-se estável, até cresce, sem um gestor eficiente.
Joyce – Nossa querida Joyce Hasselman, aquele texto instigante, aquele pedaço de mau caminho, é candidata ao Senado por São Paulo pelo partido dos Bolsonaro. Essa menina se perdeu ou se encontrou? Cartas à redação.