Canjinha de tico-tico – “Entrei honrado e saio honrado”. De Beto Richa, ao deixar a prisão. Esse cara ainda pega uma baita intoxicação de honra. Por sorte ele tem remédio caseiro: a canjinha de tico-tico.
A foto vale milhões – Fique esperto o autor da foto da entrada de Beto e Fernanda Richa encapuçados e agachados na chegada ao Gaeco. A foto vale milhões, é o melhor argumento na campanha para senador, caso Beto se mantenha candidato. É possível, apesar da prisão. A cara de pau de prefeito e governador continua viva e lustrosa.
Políticos em geral e Beto em particular lembram esses cachorros que invadem galinheiros para comer ovos e espantar galinhas. Cachorros e políticos viciados não têm cura; os primeiros costumam ser sacrificados; os segundos, presos. Mas com essa proteção pelo STF, os eleitores ainda agem como criadores de galinhas.
Mal comparando – “Nem tão depressa que pareça covardia, nem tão devagar que pareça provocação”. Palavras de Pinheiro Machado, senador gaúcho, herói da Revolução Federalista (onde conquistou a patente de general) e condestável da república na presidência Hermes da Fonseca (1910-1914). Foi a ordem ao motorista ao sair do Senado e deparar com a massa que o hostilizava.
O senador mandou no Congresso, escolheu candidatos e decidiu eleições em todo o Brasil, fez ministros e o presidente comeu pela sua mão. Foi odiado, amado e temido. Fez papel bonito na Constituinte de 1891, quando debateu com Rui Barbosa. Morreu apunhalado pelas costas, na rua.
A comparação não é com Jair Bolsonaro, de comum só os atentados. A comparação é com Beto Richa – e depreciativa para este: a coragem que sobrava no senador falta ao governador, que nos provocou devagar quando no governo, entrou covarde e saiu escondido da cadeia.