O de sempre – Vencendo hoje, seremos heróis, plenos de orgulho da raça. Perdendo, voltamos ao complexo de vira-latas.
Perda total –Incongruência – se quiserem: ‘incoerência – a eleição para o Senado. É majoritária, elege o mais votado. O mandato é de oito anos, um absurdo; nos EUA, copiado por Rui Barbosa, é de seis. Três senadores por Estado, outro absurdo; nos EUA, idem, são dois, haja vista tamanho dos dois países e eleitorado dos diversos Estados brasileiros. As eleições ocorrem de quatro em quatro anos, para escolha de 1 e 2/3 dos senadores, ou seja, elegemos um e dois a cada eleição.
A eleição, repito, é majoritária. Mas só no papel, porque na de 1/3 os candidatos disputam entre si; na de 2/3 não disputam, apenas seus nomes são postos em disputa. Não há disputa entre currículos. ‘Currículo’ na política brasileira significa o dito ‘recall’, o grau de impacto da história do candidato em eleições anteriores. Ou sua fama na vida privada: o eleitor acha que o famoso faz milagres. Desinformado, vale o que o eleitor pensa que conhece do candidato; no geral, nada que interessa.
Na eleição dos 2/3 não há disputa, sim a apresentação das ‘propostas’, sempre o impraticável, o mirabolante e não raro fora da alçada do Senado. No Paraná, tudo indica que a próxima eleição dos 2/3 dará Roberto Requião e Beto Richa – sob aliança branca, eles que se dizem diferentes como o vinagre e a água de colônia. O Estado deixa de apostar em nomes interessantes como Oriovisto Guimarães e Ney Leprevost. Requião e Richa ganham, o Paraná perde. Perda total.