Dos campinhos de futebol da “Galícia”, no alto do Bigorrilho/Champagnat, ao serviço público, Romeu levou menos de 13 anos, quando foi admitido como tarefeiro, extranumerário do Tribunal Regional Eleitoral. Em seguida, aos 15 anos, evoluiu para office-boy, no escritório do advogado e professor José Munhoz de Mello. Dali para frente, ninguém segurou o nosso Felipe (como era então chamado na intimidade, para não ser confundido com o pai). Colégio Santa Maria, Faculdade de Direito de Curitiba, Tribunal de Justiça do Estado, Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná, magistério… As mais de três décadas de TJ/PR e a admiração pelo professor Manoel de Oliveira Franco Sobrinho solidificaram a caminhada de Romeu Filho pelo Direito Administrativo.
No Tribunal de Justiça, ingressou, por concurso, aos 18 anos, como Oficial Judiciário, galgando todos os degraus de uma vitoriosa jornada, que culminou com o exercício do cargo de Diretor-Secretário, o cume da carreira funcional no TJ – o mesmo ocupado, durante muito tempo, pelo seu saudoso pai.
Ao aposentar-se, Romeu pode, enfim, dedicar-se de corpo e alma, sem os impedimentos do serviço público, à vida acadêmica, que sempre almejou. E assim consagrou-se, definitivamente, nas salas de aula, nos congressos internacionais e cruzou o Brasil (e parte das Américas) de Norte a Sul, às vezes à bordo de ônibus desengonçados sobre estradas de péssimas condições, em memoráveis conferências e palestras. Jamais recusou um convite. E foi aplaudido em todas as ocasiões.
Mestre e Doutor em Direito do Estado pela UFPR (sempre com a nota máxima), lecionou na graduação e pós-graduação das três principais faculdades de Direito do Paraná, foi presidente da Associação Iberoamericana de Derecho Administrativo, da Associação de Direito Público do Mercosul, do Instituto Brasileiro de Direito Administrativo e do Instituto Paranaense de Direito Administrativo, do qual é um dos fundadores. Fundou também e dirigiu o Instituto de Direito Romeu Felipe Bacellar, assim nomeado em homenagem a seu pai. Dirige ainda a A&C – Revista de Direito Administrativo & Constitucional e foi conselheiro federal da OAB.
Na Unibrasil, deu o nome a uma das salas de aula da Faculdade de Direito, cujo centro acadêmico tem o nome de seu pai.
No exercício da advocacia, que avalia, “paradoxalmente, fascinante e frustrante”, Romeu afirma que é de um tempo em que o advogado era significativamente mais valorizado, em que os juízes e os Tribunais demonstravam mais apreço pela busca da verdade material do que pelas estatísticas”. Ainda assim, foi acolhido, primeiramente, no escritório de Jaime Stivelberg e Telmo Cherem. Foi quando deslanchou na nova atividade; eram poucos, então, os profissionais na especialidade. Romeu logo assumiu a ponta e nunca mais a deixou. Da pequena sala no escritório de Jaime passou para a metade do 4º andar do Edifício José Loureiro, na Praça Zacarias, até chegar ao atual endereço, na Rua Eurípides Garcez do Nascimento, no bairro Ahú, já então tendo como sócio o multitalentoso e bravo companheiro de todos os momentos Renato Andrade.