O macaco desceu da árvore, se aprumou, perdeu os pelos e saiu fazendo footing (ou walking) pelo calçadão Caiobá – Matinhos. Não é bem assim. A primeira constatação dos cientistas é a aberrante distância, atualmente, entre a capacidade cerebral do homem e a do gorila e do chimpanzé – que seriam os mais próximos ‘parentes’. Embora o cérebro de todos os animais seja constituído do mesmo tipo de células, tenha a mesma aparência e função, o nosso é incontestavelmente maior, proporcionalmente, e mais preparado.
Ou não? É só ver que os chimpanzés ainda vivem num ‘mundo pré-histórico’, de nossos ancestrais. Não há explicação firme e decisiva pra isso. Há suposições, especulações… mas, nada conclusivo. Depois do trabalho de Darwin, até Freud ficou mais esperto. Ele descobriu que o homem ficando na posição ereta perdeu o faro (pro cio da fêmea) e criou o erotismo por culpa das ‘vergonhas’ à mostra (Mal-estar da Civilização). Isso no tempo em que o homem andava nu. Mas o que mais me chamou a atenção até agora é pro fato de que a tal seleção natural dos mais aptos, como espécie, é mais importante do que a sobrevivência do indivíduo. Ou seja, a propagação dos genes é tudo. Exemplo efetivo disso é ver que as tias solteironas são sempre muito apegadas aos sobrinhos. É só chegar perto da solteirona e ela se desmancha de elogios pros sobrinhos, que ajuda, está sempre presenteando e paparicando.
Robert Ornstein dá outro exemplo mais genérico: Um biólogo encontrou evidências de que os animais se auxiliam mutuamente na proporção quase que direta do número de genes partilhados. Logo, o nosso comportamento tão ‘racional’ está impresso na dupla hélice. Por isso, não levantamos voo tão racionalmente quanto acreditamos.
*Rui Werneck de Capistrano é a favor da Lei das Probabilidades, desde que sejam a favor