“Sempre me sinto estarrecido diante do poder que tem a literatura, a música, o desenho ou a dança de acabar com a tristeza, a decepção, a depressão ou a confusão. E não estou falando de entretenimento ou distração, mas da possibilidade de sair inteiramente desses estados por meio do ato de escrever, tocar, desenhar ou dançar. É um processo que lembra o que há de melhor na psicoterapia. Não fugimos ou evitamos o problema que está nos perturbando; ao contrário, nós o confrontamos, munidos de um novo referencial. A capacidade de personificar, mitificar, imaginar, harmonizar é uma das maiores graças concedidas à raça humana. Somos, portanto, capazes de conceituar os conteúdos desconhecidos da psique, de trabalhar com forças interiores que, se permanecessem inconscientes, poderiam nos esmagar. Essa é a mágica da poesia — que usa palavras para comunicar aquilo que as palavras não podem comunicar. (…) Stephen Nachmanovitch
É o que eu digo, leitornauta: essas coisas que antigamente eu chamava (tem gente que ainda chama) de arte, e hoje chamo de arghte!, servem pra mim, em primeiro lugar. Depois, em outra circunstância, podem servir pra você.
Escrevo, pinto, desenho pra não endoidar, nem sair por aí dando milho pra bicicleta. Minha terapia muito íntima. A exposição é pura vaidade — coisa muito humana, né? Se alguma coisa te servir, ótimo. A feira das vaidades é feita de coisas caras pra mim e, talvez, úteis pra você. No mais, de lojinha de 1,99 o mundo está cheio.
Rui Werneck de Capistrano é autor de Nem Bobo Nem Nada, primeiro romancélere brasileiro.
Sobre Solda
Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido
não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br