Os coronéis da PM e o pedágio

Este súbito interesse da governador-candidata, Cida Borghetti, pelo pedágio e suas intrincadas tarifas superfaturadas ocorre para mostrar serviço às vésperas da eleição. Até porque, nos quase 4 anos em que foi vice de Beto Richa jamais se ouviu uma declaração, um gesto, um olhar zangado sequer de dona Cida em direção às concessionárias.

Mas o que intriga mesmo nas várias tentativas de obter vantagens com um tema tão complexo e num governo que acaba domingo ou no máximo no final do segundo turno eleitoral, é colocar coronéis da PM do Paraná como interventores das pedageiras.

Por que coronéis? Eles tiveram formação para analisar as planilhas de custos? São coronéis-engenheiros? São técnicos em estradas de rodagem? Sabem fazer medições por quilômetro rodado? São coronéis-especialistas nas tarifas de pedágio mais caras do país? Ou são coronéis preparados para descobrir tudo o que o ex-secretário de Infra Estrutura e Logística do Paraná, Pepe Richa, hoje preso, aprontou com o pedágio ?

Ou seria uma súbita confiança em coronéis diante do fato que pelo menos 32% dos brasileiros vão votar num capitão do Exército para ocupar a presidência da República?

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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