O Ministério Público Estadual está investigando uma grande negociação para venda ações realizada por uma corretora de valores de Curitiba logo após as prisões da Operação Rádio Patrulha. Pela pressa, o cliente aceitou receber, sem hesitação, valor menor do que a cotação dos papeis em bolsa. Promotores empenham-se agora em descobrir o caminho que o dinheiro tomou.
A suspeita é de que, em razão do elevado montante e da rapidez com que o detentor das ações quis transformá-las em espécie, a operação indicaria três possibilidades não excludentes: transferência para contas no exterior, fuga do país e medo de ser declarada a indisponibilidade dos bens. A primeira alternativa está sendo acompanhada com lupa.
A Operação Rádio Patrulha levou à prisão o ex-governador Beto Richa, sua mulher, Fernanda Richa, e seu irmão José Richa Filho, conhecido por Pepe Richa, além de assessores próximos e empresários do setor de pedágio. Todos foram soltos por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, com exceção do ex-chefe de gabinete, Deonilson Roldo e do empresário Jorge Atherino, que permanecem presos por envolvimento em irregularidades apontadas em Operações da Polícia Federal e também do Ministério Público Estadual.