A volta por cima de Hudson José

O novo secretário de Comunicação de Ratinho Jr é o meu amigo Hudson José. E por “meu amigo”, não se entenda aí qualquer vínculo profissional, nem sequer comunicação, nos tempos agressivos da campanha eleitoral, decisão tomada de comum acordo para justamente não acabar com a amizade de anos e anos.

Louvo a decisão de Ratinho Jr pela competência e seriedade do Hudson José como jornalista e assessor de primeira linha. Mas devo relatar aqui, com a sinceridade reservada apenas aos mais íntimos, que o Hudson foi o jornalista que deu, agora, a maior volta por cima nos altos e baixos que envolvem nossas carreiras. E por mérito próprio.

Assim que deixou a chefia da comunicação da Assembleia Legislativa, nomeado pelo deputado Valdir Rossoni, Hudson decidiu investir seu talento na iniciativa privada. Aceitou um convite e um belo salário no grupo Madero, como diretor de marketing. Por incompatibilidade com o chef Durski, saiu do Madero e… entrou numa espiral de azar inacreditável.

As portas, estranhamente, se fecharam para o Hudson José. Acompanhei de perto esse período, buscando na nossa rede de contatos, um emprego, um projeto, uma saída. Durante três anos, ou mais até, nada aconteceu. Com um currículo invejável, conhecido na praça, amigo de muita gente importante nos governos de Beto Richa e de Gustavo Fruet, o jornalista, meu amigo, foi ficando na beira da estrada. Chegou ao ponto de vender a casa confortável onde morava, para manter a família.

Correu mundo, aceitou trabalhos de todas as áreas e setores e se manteve com dificuldades mesmo, até encontrar um emprego fixo, como assessor de imprensa, junto ao grupo do padre Reginaldo Manzotti. Já estava se firmando por lá quando foi convidado para a campanha de Ratinho Jr, e diga-se, a probabilidade de vitória era incerta. Acertou na mosca.

Como novo secretário de Comunicação do Governo está no auge da carreira no Paraná. E, mesmo sendo elegante e um gentleman, deve estar pensando que muita gente que se recusou a lhe estender a mão, vive dias de angústia.

A vida é assim, às vezes, e nos dá exemplos surpreendentes. Que Hudson seja feliz no novo cargo. Merecido.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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