A estratégia política que o senador Alvaro Dias montou para o santo ano de 2018 é coisa pra se esquecer. Em definitivo. A disputa presidencial foi um desastre tão grande que o colocou, em termos de votos, ao lado do cabo Daciolo, glória Deus. Afastou o irmão Osmar Dias da eleição no Paraná de olhos voltados para a popularidade nacional do Ratinho, pai, e acabou ficando sem nenhum pássaro na mão. Ou seja, foi devidamente desprezado pelos Ratinhos assim que Osmar se retirou.
Era de se esperar, portanto, que Alvaro Dias, aos 74 anos (desculpe Senador, mas a idade entra aqui como informação complementar e necessária, não como ofensa), partisse para um exílio dourado de mais quatro anos no Senado. Que nada! Eis que, de braço dado com o general Mourão, o vice de Jair Bolsonaro, que se impõe cada vez mais, Alvaro Dias ressurge na condição de candidato à presidência do Senado.
A candidatura já é sinal de prestígio mas, se vencer, estará em nível de importância paranaense na República superior a de um Sérgio Moro, por exemplo. Afinal, Alvaro passará o ser o terceiro na sucessão presidencial em caso de vacância (primeiro o vice, depois o presidente da Câmara e, por fim, o presidente do Senado).
Na conclusão dos fatos, há que se admitir: com a mesma resiliência com que combate o efeito do passar dos anos para se manter jovem e bem apessoado, Alvaro Dias atua na preservação do seu espaço político.