Para assumir o cargo, a advogada, sócia do escritório Yazbek, precisa ser sabatinada na Comissão de Assuntos Econômicos e, se aprovada, passar pelo plenário da Casa.
A indicação de Lula foi publicada no Diário Oficial da União no dia 30 de junho e, desde então, o nome de Marina não avançou no Senado. O presidente da CAE, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), confirmou ao Bastidor que a indicação ainda está na mesa diretora.
Em caso de aprovação, Marina vai substituir Alexandre Rangel, que deixou o colegiado em 2 de junho para assumir um posto no departamento de governança da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Ela ocuparia a vaga até o fim do ano que vem.
A demora em submeter indicações à CAE já ocorreu outras vezes, mas não é um padrão.
No dia 4 de abril de 2022, o Diário Oficial da União trouxe o nome do advogado e professor João Pedro Barroso do Nascimento para a presidência da CVM. Um dia depois, ele foi aprovado na CAE. No dia 6, a maioria dos senadores – 40 votos – foi favorável à indicação. Tudo resolvido em três dias. O mandato vai até 31 de dezembro de 2025.
A postergação coincide com a insatisfação do Senado com o governo Lula. Parlamentares, inclusive da base, reclamam da influência da Câmara no Palácio do Planalto, mesmo com a maior parte dos senadores não criando grandes empecilhos para a gestão petista.
O cenário, no entanto, mudou. O último recado foi a rejeição de Igor Roberto Albuquerque Roque, indicado por Lula para o cargo de defensor público-geral federal da Defensoria Pública da União (DPU). Foram 35 votos a favor e 38 contrários.
Como vem noticiando o Bastidor, as reclamações giram em torno de cargos, liberação de emendas e indicações para o Supremo Tribunal Federal e a Procuradoria-Geral da República.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ainda não deu uma previsão para enviar o nome de Marina à CAE. Em 2021, um indicado por Bolsonaro, Otto Eduardo Fonseca de Albuquerque Lobo, ficou de junho daquele ano até novembro na geladeira.
Procurado, o senador Rogério Carvalho (PT-SE), primeiro-secretário do Senado, disse ao Bastidor que o encaminhamento deve ocorrer “nos próximos dias”. Lula terá que fazer uma segunda indicação em breve, quando vence o mandato de Flávia Perlingeiro.