Tirando o estrago que fez naquele rostinho de menina mal saída da roça, Gleisi volta, a atirar a esmo nos exmos. Uma gamine, diriam dela os franceses. Quando fala, Gleisi não pensa; quando pensa, é sempre em outra coisa. E ao falar, atiça-nos com o ciciar da língua nos dentinhos frontais, incisivos e caninos, ainda no volume da primeira infância. Ah, os dentinhos…
Voltou para dizer que tirar Jair Bolsonaro agora é ação “semigolpista”. Que diabo é um semigolpe, mulher? (Rejeito a primeira chulice masculina que vem à cabeça.) Semigolpe foi o que derrubou Dilma? Isso é coisa do Jim Jones de Garanhuns, o Oráculo de Santa Cândida, com o pragmatismo leninista aprendido de Zé Dirceu: derrubar Bolsonaro legitima o golpe contra Dilma. Ponto final.
Gleisi elabora: é jogada de quem elegeu Bolsonaro com fake news, prisão de Lula, golpe contra Dilma. Essa malta só pensa naquilo: nas reformas, empacadas na câmara dos deputados. Simples, pristina, virginal, a cabeça de Gleisi. Essa mulher está me consumindo com essa cabecinha infantil. De consolo, ouço Lupicínio, “você sabe o que é ter um amor, meu senhor, ter loucura por uma mulher”. Gleisi me leva à loucura.