Sentar na espada

Rogério Distéfano – O Insulto Diário

Antes da proclamação da República, agitações no ocaso do Império, o exército revoltado com ministério, o marechal Deodoro foi ouvido. Meio encostado, de cama, declarou que contassem com ele: “ainda tenho uma espingarda velha aqui em casa”, afirmou nosso primeiro e desastrado presidente militar. Segundo O Globo, oficiais da reserva puseram suas espadas à disposição do comandante do Exército.

Bonaparte ensinou que se pode fazer tudo com a espada, menos sentar sobre ela. Militar não senta em espada. Mas tem civil testando o forévis na espada. O pior é que não resolve. No Brasil a espada é sempre enfiada no forévis errado. Em pouco tempo os que mereciam a espada estão de namoro com ela, sobrevivem e prosperam. É só conferir quem manda neste país. Nem o general do Rio resolve o problema de Brasília.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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