Sessão da meia-noite no Bacacheri

killingfields

O cineasta britânico Roland Joffé iniciou sua carreira como diretor teatral em 1968. Cinco anos depois, migrou para a televisão onde, ao longo dos dez anos seguintes, dirigiu diversos programas e documentários. Os Gritos do Silêncio, de 1984, foi seu longa-metragem de estreia no cinema. O roteiro, escrito por Bruce Robinson, é uma adaptação do artigo A Morte e a Vida de Dith Pran, do jornalista Sydney Schanberg, publicado em 1980 na revista do jornal New York Times. A história se passa no Camboja durante o período de domínio do Khmer Vermelho. O correspondente Sydney Schanberg, vivido pelo ator Sam Waterston, conta com a ajuda de seu intérprete, Dith Pran, interpretado pelo médico cambojano Haing S. Ngor. Uma das “filosofias”, se é que podemos chamar assim, do Khmer Vermelho era exterminar qualquer pessoa que tivesse o mínimo de conhecimento em qualquer área. Isso faz com que Pran precise ocultar sua educação para não ser morto. O título original, The Killing Fields, algo como “campos da morte”, faz referência aos milhões de cambojanos assassinados e jogados em valas abertas. Os Gritos do Silêncio tem como foco principal a amizade que se estabelece entre Schanberg e Pran. O diretor mostra o empenho de Schanberg para ajudar Pran e a luta deste para sobreviver naquelas condições. O filme é um relato impactante das atrocidades que uma guerra provoca na vida de um país. O Dr. Haing S. Ngor passou por experiência semelhante à de Pran e toda essa verdade pessoal está presente em sua interpretação, premiada com o Oscar de melhor ator coadjuvante. Além deste prêmio, Os Gritos do Silêncio ganhou nas categorias de fotografia e montagem.

OS GRITOS DO SILÊNCIO (The Killing Fields – Inglaterra 1984). Direção: Roland Joffé. Elenco: Sam Waterston, Haing S. Ngor, Craig T. Nelson, John Malkovich, Julian Sands, Bill Paterson e Athol Fugard. Duração: 142 minutos. Distribuição: Vinny Filmes.

CineMarden

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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