Moro indeferiu o pedido, mas resolveu abrir o conteúdo da delação de Palocci, para que os investigados tomem conhecimento. Ele fez isso para permitir o amplo exercício do contraditório por parte dos advogados. Como argumento para pedir a suspensão da ação, o recurso da defesa de Lula usou a lorota armada por eles mesmos com o Comitê de Direitos Humanos da ONU. A íntegra da delação já está disponível para o povo e será de proveitosa leitura nesses dias anteriores ao voto.
Uma das afirmações de Palocci bastante apropriada a este democrático período é a de que as duas campanhas de Dilma Rousseff para a Presidência custaram R$ 1,4 bilhão, três vezes mais do que foi declarado à Justiça Eleitoral. E ainda tem gente que acredita que esses salafrários se elegem por meio da influência do carisma de Lula. Outra revelação interessante é que Lula usou o pré-sal para beneficiar o PT. São temas muito úteis para a avaliação do eleitor, além de servir para esquentar o último debate da Rede Globo. Será que o poste do chefão do PT vai comparecer?
Os petistas estão em polvorosa, com aquela indignação mafiosa bem própria deles, agora mais carregada de emoção e histeria, afinal trata-se de nada mais nada menos que a omertà quebrada por um comparsa dos mais próximos ao chefão do PT, além de expoente histórico do projeto de poder petista. A senadora Gleisi Hoffmann foi ao Twitter para acusar Moro pela enésima vez de agir politicamente. Os deputados Paulo Teixeira, Wadih Damous e Paulo Pimenta ameaçam acionar o CNJ contra Moro. Os três têm motivos suficientes para odiar o juiz da Lava Jato. Foram eles que tentaram tirar o chefão da cadeia com aquele habeas corpus ao plantonista Rogério Favreto. A jogada foi contida por uma ação rápida de Moro.
Os agregados ao projeto de poder do PT também deram o ar da graça, como o candidato do puxadinho petista, o Psol, Guilherme Boulos. Sua candidatura já está até dando vergonha alheia. Boulos age como mais um candidato a presidente colocado na eleição por um dedaço de Lula. Outro que ficou muito indignado foi Cristiano Zanin, o advogado de Lula responsável pelo espertíssimo recurso. Sua conversa é a mesma de Gleisi Hoffmann, com a repetição da cantilena de acusações a Moro e o chororô da injustiça com seu cliente condenado e preso por corrupção e lavagem de dinheiro. Sobre o desastrado recurso ele não falou nada.