Truche muche

Lima Barreto reclama de seus editores, que trabalhavam “a trouxe-mouxe”, atrasando a publicação de seus livros. Lá no fundo, num escaninho do cérebro, lembrei da minha avó a usar a expressão, significando desleixo, preguiça, atraso. Nesses dicionários da internet, que trazem locutor com pronúncia, diz-se trouxe mouxe, com pronúncia do verbo trazer.

Vovó pronunciava “trusse-musse”, talvez pensando em francês; naquele tempo aprendia-se francês na escola; cheguei a isso até que o coronel Passarinho passou com o trator sobre o currículo. A avó estava certa, ainda que a expressão tenha vindo do espanhol “troche moche”. Só lembro isso por amor a uma língua e a seu tempo de glória.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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