Há ainda o Solda dos palcos, compositor, músico, letrista, o Solda ator, dramaturgo, na vanguarda, fazendo um teatro que hoje em dia até parece normal. Mas nos idos de 1973, rendeu dor de cabeça e incompreensão, naquelas épocas obscuras, mas deixou muitos filhos, que hoje podem caminhar à luz do sol e dos refletores.
Solda, cartunista multipremiado, citado aqui e no mundo, de Nova Iorque até por detrás da extinta cortina-de-ferro. Solda do traço, da graça, do capricho, louvado até pelo santo Ziraldo, em rede nacional a cores e ao vivo, como um dos expoentes das décadas de 70 e 80.
Solda, cartazista preferido por 9 entre 10 estrelas do teatro que estiveram ou estão em cartaz. Solda, que começou na propaganda em Curitiba quando ainda se amarrava pacote de carne pra cachorro com linguiça. Solda foi da geração heróica que introduziu na propaganda de Curitiba, hoje uma das mais avançadas, o bisturi da sutileza, do respeito ao consumidor, dos códigos avançados que somam com os demais códigos a procura de uma civilização melhor. Solda, único no mundo a colorir centenas de fotos à mão para um longa metragem de Sylvio Back.
Solda, da presença pessoal inesquecível, marcante, inimitável, da mímica brilhante e do discurso desconcertante e vigoroso, que com raríssimas aparições públicas, é hoje uma figura mitológica, cercado de lendas e folclores.
Solda, citado, copiado, plagiado, multiplicado, dividido, fracionado, roubado, mas sempre soldado novamente por seus fiéis e incondicionais amigos e admiradores. Veja o que ele vê por você: Solda vê TV. Mas cuidado: pode ser de verdade: Deus TV.
Antonio Thadeu Wojciechowski e Roberto Prado.
Texto de apresentação da Exposição Solda vê TV, março, Café Parangolé, 2010.