Sou ateu. Graças a deus.

Richard Dawkins teria feito uma afirmação apenas onírica, quando disse que “meu grando sonho é a completa destruição de todas as religiões do mundo”? Amigo de Desmod Morris, etologista de, “O macaco nu”, Dawkins transita entre as ciências da Natureza e as ciências do homem. Em sua obra, “Deus, um delírio”,(2006), tenta mostrar quanto mal a religião fez e faz à humanidade. Católicos contra protestantes, judeus versus muçulmanos…

O projeto ilumuminista, no século XVIII tinha como objetivo banir de vez da razão, as crenças, superstições e o pensamento religioso. A idéia de modernidade se instala na academia, com a ruptura entre as teorias criacionistas e a Ciência. Em seguida, Augusto Comte(1798-1857) propôs o Calendário Positivista. Queria substituir Deus, pela Ciência. Sem falar em seu crítico, Marx, ou Freud, Touraine, Bauman e tantos outros. Aí vem Saramago, com um enfoque culturalista, nos dizer que: “Quer queira ou não, sou culturalmente cristão”. No Brasil, escolas de ensino fundamental instituem a teoria do criacionismo, em pleno começo do século XXI.

Por que precisamos da religião para fazer o bem? Por que ela é tão forte em nossas vidas? Há várias respostas, mas, mesmo aqueles que têm a obrigação ideológica de serem ateus ou os racionalmente ateus, um dia dirão. Sou ateu, graças a Deus.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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