Sendo assim sozinho e brigão, ele se tornou mal visto por todos os vizinhos. Isso logo se tornou insustentável e ele teve seguidos entreveros com eles — por qualquer coisa tinha briga. Como esses vizinhos também tinham outros vizinhos, a notícia das brigas logo se espalhou e eles foram tirar satisfações com Jonas. Dessa maneira, as porfias foram se estendendo por todo o quarteirão, depois pelo bairro, por outros bairros e, por fim, pela cidade inteira.
Jonas conseguiu dar larga vazão ao seu temperamento desequilibrado e ficar ainda mais só.
Com a cidade contra, Jonas resolveu se mudar para a cidade vizinha e, uma vez lá, sentiu logo que sua fama o precedera. Foi encarado por diversas pessoas e isso se transformou em séria rixa. As discussões acaloradas chamaram a atenção de outros e mais outros moradores. Todos se envolveram nas pendengas e exigiram o afastamento de Jonas. Ele fazia pé-firme e enfrentava todos.
Assim, Jonas foi indo de cidade em cidade e depois para outros estados — sem deixar de percorrer todas as cidades de cada um — provocando a ira dos moradores e ficando cada vez mais só.
Por fim, contabilizou cento e oitenta milhões de inimigos no país. Sem outra saída, tentou tirar passaporte para deixar o país. Por costume arrumou encrenca devido às exigências para fazer o documento. Sem poder sair do país, ele voltou para sua cidade natal — para a mesma casa no mesmo bairro. O bairro havia crescido e abrigava muitos novos moradores. Logo que chegou, ele se desentendeu com o síndico de um prédio novo por causa das crianças que brincavam e faziam algazarra no parquinho.
*Rui Werneck de Capistrano começou tudo de novo.