Tal pai, qual filho

O ministério das Comunicações funciona para liberar concessões de rádio e televisão para políticos que com elas irão se eleger até as calendas. Este ministério não comunica, mas trumbica às maravilhas. No governo Sarney, na estratégia de obter cinco anos de mandato, a credencial do ministro era ser amigo e sócio de Roberto Marinho, dono da Globo. O ministro Antonio Carlos Magalhães concedeu mais autorizações que o império os títulos de nobreza. Bolsonaro foi buscar o genro de Sílvio Santos para gerir seu baú de nossa infelicidade.

O equinocultor Juscelino Filho, artífice de viagens camufladas com dinheiro público, asfaltamento privilegiado para suas fazendas e beneficiário de emendas mandrakes no orçamento secreto, atual ministro só cria ruídos na comunicação de Lula. Depois de escândalos sucessivos – os únicos até agora – foi perdoado pelo presidente em nome da governabilidade, a atitude que justifica todas as patifarias e os peculatos. A última do ministro foi desativar o haras, antes em nome do sócio. Ou seja, a queima do sofá que consome o registro do adultério.

Juscelino Filho faz jus ao nome, embora não seja descendente do ex-presidente. Além do prenome, de comum têm os mesmos pecados do nepotismo e da simonia. O primeiro Juscelino deu um tabelionato no Rio de Janeiro para o marido de sua amante; o Juscelino que não é seu filho repassou o haras e deu emprego na câmara dos deputados para seu sócio. Dirá você que uma coisa é ser marido de amante e outra ser sócio. Sim, desde que Juscelino Filho não durma com o tabelião ou com a mulher do sócio.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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