O ex-comandante teve uma conversa cordial com o novo ministro, a quem disse respeitar e admirar, mas alegou “questões de princípio” para não comparecer à cerimônia. Garnier solicitou sua exoneração ainda no governo Bolsonaro para não ter de “prestar continência” ao presidente Lula, que não compareceu à solenidade.
Em vez de protagonizar a tradicional cerimônia de transmissão de cargo, o ex-comandante da Marinha escreveu uma carta de despedida lida com voz embargada na solenidade por um capitão-tenente da Força. Pelo menos um ex-comandante da Marinha juntou-se aos esforços do ministro da Defesa para tentar convencer Garnier a comparecer ao encontro. Seu argumento: neste momento é preciso fortalecer Múcio, que militares consideram estar sob ataque de uma ala do PT e de ministros do governo como Flávio Dino, da Justiça, e Rui Costa, da Casa Civil.
Tanto Dino como Costa defenderam publicamente a necessidade de esvaziar de imediato os acampamentos bolsonaristas em frente a quartéis-generais do Exército. Já Múcio considera a operação arriscada e entende que, com o inicio do novo governo, os acampamentos tendem a se desfazer naturalmente.