Os governadores de São Paulo e Paraná discordam de Lula e não só mantêm como aumentarão o número dos colégios cívico-militares. Pura jogada eleitoral. Querem herdar o espólio golpista de Jair Bolsonaro e seus votos na eleição presidencial, eventualmente numa dobradinha café-com-café, improvável e votada ao fracasso – pelo menos no caso do Paraná. Aquela coisa dos políticos, que rejeitam a história, o progresso e a evolução em nome do interesse pessoal e eleitoral. Eles mais os fascistas que os elegem, gente que esquece de Tiradentes e ergue monumento para Joaquim Silvério. Agora os dois Estados, e outros no mesmo diapasão, irão formar os guerreiros para nossas guerras do Paraguai.
O argumento, inconsistente e falso – pelo menos do melhor falante dos dois, o de São Paulo – é da qualidade do ensino dos colégios militares. Tarcísio estudou num deles, chegou a capitão-engenheiro do Exército. Onde Ratinho Júnior estudou não faz diferença, já que seu discurso é evidência suficiente de seu pensamento – ou da aparência dele. Tarcísio envereda pela falácia da mentira, enaltecendo os colégios militares pela qualidade do ensino. Já que é governador, tem tudo para melhorar a qualidade do ensino dos colégios apenas cívicos, esses que educam o povo não militar. Mas quem percebe a diferença, a nuance do raciocínio – capenga, escancarado na fala premissa – de que o ensino militar é melhor que o ensino civil?