1.Já notou que — depois que inventaram e propagaram milhões de máquinas fotográficase filmadoras digitais — os óvnis nunca mais deram as caras?
2.Já notou que — depois que disseram que a inteligência artificial vai dominar o mundo —se você não ligar o computador, ele não faz nada?
3.Já notou que — depois que você acessa na internet, em um minuto, o lugar mais distante da Terra — ele continua distante centenas de horas?
4.Já notou que — depois que o alpinista se estrepa todo pra trepar na montanha virgem — tem um câmera lá em cima filmando toda a subida?
5.Já notou que — depois que ficam bem famosos fabricando computadores e desenvolvendo programas — os donos das empresas contam suas memórias, em livro, pra ficarem pra posteridade?
6.Já notou que — depois que inventaram milhares de possibilidades de criação com o computador — os concursos literários — até de poesia! — ainda impõem rígida formatação do texto nos regulamentos?
7.Já notou que — depois de conversar um pouco sobre o tempo — o médico não faz nada sem pedir dezenas de exames de alta tecnologia que vão mostrar que ele não sabe o que você tem?
8.Já notou que — depois que você escreve um texto com a palavra trepar — o dicionário do computador sublinha em verde e manda substituir por “tiver relações sexuais”?
9.Já notou que — depois que você escreve uma porção de palavrões — o dicionário do computador sublinha tudo em vermelho e não deixa salvar?
10. Já notou que — mesmo o show sendo acústico — tem instrumentos ligados na tomada e passa na televisão que tem que ser ligada?
11.Já notou que — nos filmes — o bambambam descobre em um segundo a senha de alguém no computador e entra facilmente em todos os programas?
12.Já notou que — nos filmes de aventura — depois de um mês no mato, o mocinho está sempre de barba feita e, depois de uma chuvarada — a roupa seca em um minuto?
13.Já notou que — nas novelas da televisão que imitam a vida — ninguém diz palavrão a torto e a direito e todos falam sussurrado — como nunca se escuta na vida real?
Rui Werneck de Capistrano — diretamente do Observatório de Inutilidades Públicas — 30|4|2011