Rogério Distéfano – O Insulto Diário
GOLPISTA TEM CLASSE. Michel Temer mandou carta pessoal para a procuradora geral Raquel Dodge depois que esta abriu investigação contra ele. Junto, veio parecer do jurista Ives Gandra Martins. O parecer, publicado no Estadão, sustenta que a Constituição não permite processar o presidente por atos praticados antes de assumir o mandato. Temer diz que não irá recorrer. Interessa-lhe só o aspecto científico da questão. Tirando o primeiro ponto, o outro podemos descartar em termos de sinceridade.
Petista, ao contrário, é chorão, tem o cacoete da superioridade moral, a exclusividade dos bons propósitos. Do Oiapoque ao Chuí estamos em débito pelo que fizeram nos anos Lula/Dilma, noves fora a roubalheira. Chorão com o ramerrão do “quero ser julgado pelo povo que me elegeu”. Finge ignorar que no Estado de Direito o poder judiciário, poder constituído, tem delegação do povo para tirar e punir quem o povo elegeu. Petista contrariado vê o Estado como instrumento de quem está no poder.
Assim também os estalinistas, cujo comportamento os petistas mimetizam. Para eles o judiciário que pune Lula é a justiça burguesa. Golpista tem classe, petista não tem. Sinceridade, nenhum. Diferença: a classe, comportamento referido a código de conduta aceito no meio. Os golpistas sabem das idas e vindas, voltas e reviravoltas do mundo político. Os petistas não foram amadurecidos na derrota e na rejeição, que vêm com o tempo. Enxergam o mundo no modo apocalíptico se não preservado seu messias.