Todo dia é dia

Musicar uma poesia
Para os Andes
Arrebatar um condor
Vê-lo pousar
No meu indicador

A dor do som da flauta
A descortinar abismos
O vento a sacudir
A manta da menina quéchua
De olhos cor de selva
Banhada de chuva

No beiral de uma cabana ocre
De janelas negras
E jardim de cactos
Pousará a calhandra

Signo singelo
Da liberdade
Que imantou
Arguedas.

Bárbara Lia

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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