Todo dia é dia

eu

que que eu fiz da minha vida, meu deus do céu?
não sendo em verso, esse universo não é meu
o que que eu faço do meu corpo de Thadeu?
não seria meu, Poesia, se não fosse só teu

o que já foi meu, Musa, minhas pernas, braços,
bigode, nariz, olhos, nem de perto lembra
aquele que viveu no silêncio de espaços…
flores de um velho outubro que ainda setembra?

eu lembro vagamente. era poeta dos bons,
fazia versos cagando e andando de lá
pra cá, de cá pra lá da vila dos merdões.

fumava como um sapo índio até estourar,
bebia muitas, dormia em pé e, quando ria,
ele escrevia-se todo e, por querer, morria?

Antonio Thadeu Wojciechowski

O Bardo.

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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