Todo dia é dia

começar tudo de novo
transformar a forma do ovo
repensar uma idéia
que seja a nova mania do povo

começar outra vez
fazer da loucura a lucidez
do vagar a cada mês
da tristeza, a timidez
somente uma tentação por vez
o macio na solidez

começar tudo de novo
começando pelo corvo
transformando em renovo
seu vôo, de novo?

começar tudo outra vez
começando por aqui
tirando o óbvio e transformando
em gozo o transformar
em pai o padrinho do noivo

transformar as fórmulas
novo lapidar até desabar
o choro e fazer funcionar
desaforo em palavras
em eterno vento e ventar
no começar
começando tudo de novo

solda

Sobre Solda

Luiz Antonio Solda, Itararé (SP), 1952. Cartunista, poeta, publicitário reformado, fundador da Academia Paranaense de Letraset, nefelibata, taquifágico, soníloquo e taxidermista nas horas de folga. Há mais de 50 anos tenta viver em Curitiba. É autor do pleonasmo "Se não for divertido não tem graça". Contato: luizsolda@uol.com.br
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